14 julho, 2011

Drogas. O exemplo Arrasta.

Drogas. O exemplo Arrasta.

"História Natural da Doença", interação do agente (droga) com o hospedeiro vulnerável, num ambiente facilitador sócio-cultural, faz surgir o fenômeno bio-psico-socio-espiritual, rotulado como dependência química. Aqui, o vetor (portador assintomático) é apenas a ponta do iciberg da corrupção.

Tabaco e o álcool são drogas perigosas mas socialmente aceitas. Nas outras os vetores são representados pela figura dos traficantes. Acontece que os condenados por tráficos, na sua maioria, não apresentam antecedentes criminais e geralmente estavam desacompanhados no momento da prisão em flagrante. Outro dado importante é que mais de 50%, quando condenado, recebeu pena máxima.

Em cinco anos estamos formando doutores na pós-graduação. Da prisão saem além de estigmatizados, com um outro tipo de “doutoramento”, pois o curso é em horário integral com dedicação exclusiva. Esses vetores, os que são presos e condenados, fazem parte do ambiente social facilitador. Por outro lado, no ambiente sócio-familiar também vamos encontrá-los (pais, tios, avós). Aqui a droga já é socialmente aceita. Também são dignos de pena, pelos exemplos de bebedeiras e pelo número de fumantes passivos que fazem. A lei que os educará é outra.

Com a guerra anti-drogas perdemos tempo e prendemos os pequenos traficantes. Com as drogas socialmente aceitas estimulamos portadores assintomáticos no ambiente sócio-familiar. Nossa lei avançou, não descriminalizou a droga, mas despenalizou o usuário.

A Holanda possui maior tolerância com a maconha, mas também só despanalizou o usuário, Portugal foi mais longe depois de epidemia na década de 1990. No ano 2000 o parlamento descriminalizou o consumo, a aquisição e a posse de todas as drogas.

Será que a Europa já esta arrependida pela flexibilização?

Este tema é complexo e teremos que voltar ao assunto. Como todos temos na família portadores assintomáticos de drogas, socialmente aceitas, e o Estado não fiscaliza adequadamente produtos de primeira necessidade, deveremos descriminalizar a maconha?

Vamos recordar que o Estado não atende com dignidade sequer os doentes encontrados nos corredores dos hospitais. Não podemos esquecer que o tabaco e o álcool possuem consumo generalizado no convívio social e que o exemplo arrasta.

Antes de tornar a droga lícita deveríamos incentivar pesquisas a encontrar uma vacina “mental”.

Vai ser muito difícil vacinar a mente infantil ao mesmo tempo que portadores assintomáticos estão contaminando os familiares, com o seu exemplo.

Espero-os no próximo seminário sobre dependência química, mitos e verdades. Enquanto aguardamos vamos fazer um exercício.

Será que a maconha na lei e socialmente aceita retirará dos pais e professores a autoridade moral de ensinar que é prejudicial, como nos fala a revista de Neurociência, que a relacionou agora em 2011 com esquizofrenia?

Luiz Carlos Formiga (adaptado)

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